Produtividade não tem nada a ver com produzir mais
Quantos textos e vídeos sobre como aumentar a sua produtividade você consumiu nos últimos 12 meses?
A não ser que você seja um alienígena e tenha acabado de chegar no planeta Terra, provavelmente já se deparou com tantos conteúdos sobre produtividade que mal consegue se lembrar da metade deles.
Aqui mesmo, na Profissas, nós já falamos sobre o método ZTD (Zen To Done), mapas mentais e até como os hábitos podem fazer a diferença na hora de produzir mais.
Diferentemente desses textos, hoje eu não vou ensinar sobre como produzir mais em menos tempo, mas sim oferecer um ponto de vista diferente (e não muito convencional) sobre produtividade.
Sim, aquela “produtividade” que todos nós buscamos para conseguir dar conta de nossos projetos, estudos e responsabilidades diárias. Aquela que, apesar de parecer tão óbvia e ao alcance de nossas mãos, sempre temos a sensação de que nunca conseguimos ter o suficiente.
Basicamente, eu vim para te convencer de que produtividade não tem nada a ver com produzir mais – e porque pensar dessa forma só vai te deixar mais frustrado.
Por que a maioria das pessoas entendem produtividade errado
Segundo o Google Ngram Viewer (ferramenta do Google que permite verificar o uso de uma determinada palavra ao longo do história), a primeira aparição da palavra “produtividade”, em inglês, foi em 1887.
Inicialmente, o termo era usado para se referir à eficiência de uma determinada máquina. Quanto mais uma determinada máquina produzisse em um dia, maior era a sua produtividade e, consequentemente, seu valor no mercado.
Até aí, tudo bem. Nada mais natural para um empresário no auge da Segunda Revolução Industrial querer produzir mais em menos tempo.
O problema, contudo, começou a surgir quando o termo “produtividade” começou a ser usado para determinar o valor de um ser humano.
Como alerta o matemático e programador Erik McClure, em seu clássico “A Falácia da Produtividade”:
“O problema que surge sobre esta cultura de “produzir mais” é que nosso modelo de produtividade está sufocando nossa habilidade de pensar. Atualmente nós não conseguimos pensar no mesmo ritmo em que produzimos. Estamos tão focados em tornar as pessoas em máquinas super produtivas que esquecemos que, como seres humanos, estamos recebendo muito pouco benefício disso tudo”.
Produzir muito e não desfrutar dos benefícios… Soa familiar para você?
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Acreditamos erroneamente que ter mais produtividade significa fazer mais coisas em menos tempo. O resultado é uma verdadeira pandemia de pessoas estressadas e até fisicamente doentes, que se preocupam tanto em eliminar o máximo de tarefas possíveis que acabam se esquecendo dos seus sonhos e propósitos.
Produtividade, portanto, não tem nada a ver com produzir mais. Na realidade, ser mais produtivo, ao meu ver, significa fazer as coisas certas.
Como priorizar tarefas e ter mais produtividade
Agora que sabemos que produtividade significa fazer as coisas certas, precisamos entender como priorizar as tarefas que importam e, desta forma, não cometer o erro clássico de “fazer por fazer”.
O primeiro passo é escrevendo uma lista de todas as suas tarefas e classificando-as em quatro categorias: importante, não importante, urgente e não urgente. Em seguida, organize-as da seguinte forma:
Quando o desenho estiver pronto, adote como padrão as seguintes atitudes perante as suas tarefas:
O ideal é que esta análise se torne uma rotina diária ou, no máximo, semanal. Para torná-la mais fácil, uma dica é desenhar a matriz na parede ou em um quadro e organizar as tarefas com post-its.
Importante: a Matriz de Eisenhower pode ser destrinchada em dezenas de detalhes técnicos. Para um entendimento mais profundo sobre o método, recomendo este excelente texto de Leonardo Puchetti Polak.
Para não esquecer…
Produtividade não significa “se matar” para concluir o máximo de tarefas em pouco tempo, mas sim priorizar apenas aquelas que importam e, com isso, trabalhar menos.
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E não sou só eu que penso dessa forma:
“As coisas importantes raramente são urgentes, e as urgentes raramente são importantes. Como um empreendedor, é muito fácil cair na armadilha de estar sempre ocupado, mas fazer muitas coisas não é o que importa.” – Tim Ferriss
“Não é muito difícil fazer muitas coisas. O mais difícil é saber escolher o que fazer.” – Elbert Hubbard
“A vida é longa se você sabe investir seu tempo naquilo que realmente importa” – Sêneca
Para entender melhor como (e por que) focar nas coisas certas pode ser o que falta para você encontrar a felicidade (ou pelo menos mais tranquilidade no seu dia a dia) recomendo a leitura do meu texto sobre estoicismo, a filosofia do empreendedor.
Até a próxima!
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