Do emocional para o racional: hackeando o medo
“Em qualquer momento da decisão, a melhor coisa que você pode fazer é a coisa certa, a próxima melhor coisa é a coisa errada, e a pior coisa que você pode fazer é nada”.
— Theodore Roosevelt
Seja sincero: quantas vezes você deixou de fazer algo porque sentiu medo?
Se você é um ser humano, que vive no mundo real, onde contas precisam ser pagas e responsabilidades assumidas, provavelmente a sua resposta é: muitas vezes.
Por que?
Por que sentimos tanto medo de tomar atitudes, especialmente no empreendedorismo e vida profissional? Por que deixamos de fazer algo mesmo quando sabemos, no fundo, que aquilo é o que deve ser feito?
Bem, para ser sincero, eu não sei.
Mas, procurando uma forma de vencer meus próprios medos de empreender, encontrar meu propósito e conquistar minha paz espiritual, acabei encontrando um exercício extremamente útil: o Fear Setting.
O Fear Setting
O Fear Setting é um exercício prático, adaptado do método Premeditatio Malorum, do filósofo grego Sêneca. Falo mais sobre ele neste texto, em que exploro os benefícios do estoicismo.
Os principais objetivos do Fear Setting é lhe ajudar a:
- entender seus medos;
- simular cenários “catastróficos”;
- planejar ações reparadoras, em casos de fracasso;
- proporcionar mais segurança (e menos medo) em decisões importantes da vida.
Para entender melhor, eis alguns exemplos de dilemas em que o Fear Setting pode ser útil: pedir ou não pedir demissão, largar ou não largar a faculdade, viajar ou não viajar para fora, investir ou não investir em criptomoedas, empreender ou não empreender…
Nesse ponto, você deve já ter identificado seu próprio dilema, aquele em que uma ajudinha externa cairia muito bem – se você, pelo menos, soubesse como começar a explicar a situação para alguém.
Relaxa, pois seus problemas acabaram. Ou quase. 😛
Nós vamos te ajudar.
Não existe uma frequência ideal para fazer o Fear Setting, sendo o mais recomendado fazê-lo nos momentos em que você se depara com uma decisão difícil e/ou sente medo de agir.
No entanto, é importante destacar que o Fear Setting só é válido se você tomar alguma atitude com base nos resultados. Caso contrário, será apenas “mais um planejamento de gaveta”.
Com isso em mente, vamos ao passo a passo:
- Defina seu medo e o escreva no topo de uma folha de papel, posicionada na horizontal.
- Separe a mesma folha em três colunas:
- A pior coisa que pode acontecer
- O que eu posso fazer para prevenir essa pior coisa
- Se der errado, o que posso fazer para consertar
Ao final, você deve ter algo parecido com isso:
Usei um exemplo pessoal (em vermelho) para fins educativos.
Dica: se tiver dificuldade em encontrar soluções para a terceira coluna, procure ajuda de especialistas ou qualquer pessoa que já tenha passado por alguma situação semelhante.
Em uma segunda folha, registre quais serão as consequências no médio e longo prazo se você não agir.
Em outras palavras, qual será o custo da inação?
Essa folha deve ficar mais ou menos assim:
É importante que você possa imaginar todas as possibilidades reais.
Após completar a última página, desligue o celular, feche o notebook e dedique alguns minutos para refletir sobre todas as suas anotações. Quanto melhor você conhecer seu medo, e as consequências de não enfrentá-lo, maior será seu controle sobre ele.
Caso algum tópico não tenha ficado assim tão claro, dê uma olhadinha nesse vídeo que fizemos sobre Fear Setting.
Como essa prática vai te transformar
Essa é uma das minhas práticas preferidas.
Ela tem a capacidade de te tirar de estados emocionais profundos, em que nada parece fazer muito sentido, e te puxar para fora, te fazendo respirar e pensar com calma e inteligência.
Analisar seus medos e ações a longo prazo, de forma linear e lógica, te faz entender que os problemas, muitas vezes, não são um bicho de sete cabeças. E que, de vez em quando, você pode parar de ouvir os medos que te impedem de solucioná-los.
Use e abuse do Fear Setting sempre que precisar – e volte para nos dizer como essa prática funcionou pra você.
Um abraço e até amanhã!